Carlos Kurare
Esconde - esconde
Tapei meus olhos e o Marco correu. Foi logo se esconder. Estava feliz por estar brincando com seu pai. Quanto tempo. Deve ter esquecido quem sou. Apenas trabalho. O dia acorda e ele não, já começo a trabalhar. Quando chego, já está dormindo. Outro dia e depois um novo dia e a mesma coisa. Será que ele sabe que tem um pai que o ama? Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. Arriscar a ficar com ele, a me mostrar. Isso leva ao medo. Medo de ser quem sou. Ele ri e se diverte. É bom enganar o pai. Corre e grita:
- Papai não está me vendo!
Será que o vejo? Será que preservo seus sonhos de infância?
Seu infinito pessoal. Jogos de brincar. Camuflar e ocultar. O que é papai, na sua cabeça? Cabeça que desfila por mil fantasias e competições. Correr pelas árvores do lugar e se esconder. Brincar. Ser vivo, não parar...
Penso que não tapei só meus olhos. Tapei meu coração.
Com ele só perdi. Perdi a hora do seu nascimento. Perdi seu primeiro banho, o primeiro sorriso. Não quero perder e perder. Não quero perde-lo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos.
Esconde-esconde e eu não quero esconder nada; o tempo vê, escuta e revela, quero me mostrar. Saber do meu menino, de suas ambições, suas realizações. Quero que ele seja meu recomeço.
- Papai não me acha!
Erro seu, vou te encontrar sempre, sei dos lugares mais escuros, apesar de muitas vezes não estar, conheço seus esconderijos. Filhos não conseguem se esconder dos pais. Nossa sensibilidade é tanta que conhecemos seu cheiro, seu modo de correr, sua forma de se esconder.
É uma grande habilidade saber se esconder do próprio pai. Seus maiores méritos não são desenvolvidos para esconder e sim para mostrar. Aprender a dizer por meios de gestos; estou aqui e te amo. Amar simplesmente por amar, por saber do amor. Gestos não se escondem como palavras...
- Papai me achou! Me joga ao infinito.
- Papai não está me vendo!
Será que o vejo? Será que preservo seus sonhos de infância?
Seu infinito pessoal. Jogos de brincar. Camuflar e ocultar. O que é papai, na sua cabeça? Cabeça que desfila por mil fantasias e competições. Correr pelas árvores do lugar e se esconder. Brincar. Ser vivo, não parar...
Penso que não tapei só meus olhos. Tapei meu coração.
Com ele só perdi. Perdi a hora do seu nascimento. Perdi seu primeiro banho, o primeiro sorriso. Não quero perder e perder. Não quero perde-lo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos.
Esconde-esconde e eu não quero esconder nada; o tempo vê, escuta e revela, quero me mostrar. Saber do meu menino, de suas ambições, suas realizações. Quero que ele seja meu recomeço.
- Papai não me acha!
Erro seu, vou te encontrar sempre, sei dos lugares mais escuros, apesar de muitas vezes não estar, conheço seus esconderijos. Filhos não conseguem se esconder dos pais. Nossa sensibilidade é tanta que conhecemos seu cheiro, seu modo de correr, sua forma de se esconder.
É uma grande habilidade saber se esconder do próprio pai. Seus maiores méritos não são desenvolvidos para esconder e sim para mostrar. Aprender a dizer por meios de gestos; estou aqui e te amo. Amar simplesmente por amar, por saber do amor. Gestos não se escondem como palavras...
- Papai me achou! Me joga ao infinito.
- Dan Escritor, professor e cinéfilo.
- Blog do Dan aqui
Secos e Molhados (Ney Matogrosso) - O Vira
2 comentários:
hi Carlos, nobody is hidden! everybody revealed by music!! this music
Dan,
Que a força esteja conosco!
Carlos Kurare
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