sábado, 30 de outubro de 2010

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI


Não se iluda com a direita ou com a esquerda. Lembre-se: político está sempre preocupado consigo próprio (eu consigo isto... eu consigo aquilo). Políticos não estão preocupados contigo!
Vivem tanto tempo em mundos próprios que apenas se utilizam da paisagem humana para satisfazer seus próprios interesses. A história para quem a conhece com isenção e inteligência tem provas retumbantes dessa verdade.
Sei que nossa consciência nos manipula, cheia de boas intenções, pois estas transpiram de nossos corações, mas sei que nessas horas a razão deve assumir o controle, ou o corpo padecerá no futuro pelas decisões tomadas nestes momentos de paixão. A paixão é boa nas coisas do amor! Mas, tratando-se política a paixão só nos faz fazer M#rd@$!!!

Um parêntese importante, não confie em tudo que lê na internet, lembre-se qualquer um pode ter um blog ou um site. Vejo tantos erros na internet. Pessoas publicam textos e sequer tem a preocupação de verificarem se a autoria esta correta. Na internet qualquer um pode escrever bobagens como se verdades fossem. Eu sei! Eu sou a prova viva disso!
 


Eduardo Alves da Costa


NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI


Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe

e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
 
Eduardo Alves da Costa

Nota do editor:  em negrito, o "fragmento" que corre o mundo, belíssimo, desse poema de Eduardo Alves da Costa. Acima, o poema inteiro.

Peguei o poema acima aqui

Bati esta foto em 07 de setembro de 2010 -  Brasília


Hino à proclamação da república do Brasil - Letra

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