quinta-feira, 6 de maio de 2010

Era uma noite de luar...


"Eu era autista, agora sou aRtista." Juliana Paraiso


Era uma noite sem luar...


Era uma noite sem luar.
Imensa escuridão!
Não sentia meu paladar.
E com sofreguidão,
No limbo ouvi Juliana cantar.


Eu com tanta preocupação...
E Juliana canta nuvens de algodão!
Tiro do ouvido a teia!
Esforço-me para ouvir seu pranto
Mas Juliana não pranteia
Lamento não ouvir antes o seu canto...


Sabe Juliana... eu não ouvia pois tinha nuvens nos ouvidos e neve sobre os olhos.


Um beijo para Juliana!
Que me tocou com o toque de um violão.
Que me encantou com o canto de sua canção.
Obrigado por derramar sobre mim sua música!
Eu guardá-la-ei em meus cântaros de emoção.


As rimas são pobres...
Rica é a canção de Juliana Paraiso...
Carlos Kurare




"Os Autistas possuem a doença do "não terem o que os Outristas querem"


Juliana Paraiso










"Era uma noite de Luar",music by Juliana Paraíso,é só clicar no play e curtir!
Clique aqui e conheça mais sobre autismo, e ouça Juliana Paraiso:




Noite de Luar

Era uma noite tão bela
O céu escureceu
O céu ficou tão preto
Foi uma noite de luar

Imagine as estrelas
Deus tá adorando
Era uma noite de luar

Imagine as estrelas
Deus tá adorando
Era uma noite de luar

Vejo o céu escurecido
As estrelas tão acesas
E os anjos tão perdidos
E as nuvens de algodão

Imagine as estrelas
Deus tá adorando
Era uma noite de luar

 Juliana Paraiso


Ouça outras músicas de Juliana Paraiso!
Clique aqui : Noite de Luar
Clique aqui: Êê...Vidão
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"Aparecerá uma janela com o nome de minha música e é só clicar na setinha de "play" e pronto!!
Obrigadaaaa!!! Beijo de Juliana Paraíso! "







"Há doenças extravagantes que consistem em querer o que não se tem"


"Esta frase pertence a André Gide em seu livro “Os frutos da terra” (1950), prêmio Nobel de Literatura da época. Quando escreveu esse livro, o autor acreditava que morreria brevemente, devido a uma doença da qual estava sofrendo. Tomando como referência essa observação de Gide, e transpondo-a para a questão da construção da pessoa autista, pode-se dizer que, de certa forma, esta é muitas vezes tida como uma pessoa doente por não possuir características que “o outro” espera que possua.

A pessoa autista deveria saber o que o outro espera dele, mas não sabe; deveria corresponder sincronicamente à expectativa do outro, mas não sabe que deveria; deveria reproduzir o que lhe foi ensinado em crenças e valores, mas não reproduz; deveria andar direito, como os outristas andam, mas não conseguem; deveriam se comportar à mesa de acordo com as regras de etiqueta, mas não o fazem; deveriam reproduzir as regras de boas relações no ambiente profissional, mas não entendem as manhas sociais dos outristas...
Disse Gauderer (1993:318):
“Mas a pessoa autista não sabe o que o outro espera dela. Parece que falta à criança autista uma teoria da mente, ou seja, ela tem uma incapacidade de se relacionar adequadamente aos pensamentos e emoções de uma outra pessoa ... e não tem a capacidade normal de ‘juntar’ comportamentos de outras pessoas em benefício próprio”.Até onde foi observado através da multivocalidade dos discursos que compuseram meu trabalho, a pessoa autista vem sendo concebida como “pessoa que constrange”, por exibir um comportamento socialmente inapropriado. Isto nos remete ao arquétipo do ser incomum e desvalido, análogo ao arquétipo contido na estória do “Patinho Feio”, de Hans C. Anderson, interpretada por Pinkolas (1997:218).
“Na história, as diversas criaturas da comunidade examinam o patinho ‘feio’ e de um modo ou de outro o declaram inaceitável. Na realidade, ele não é feio. Só não combina com os outros. A mãe pata a princípio tenta defender esse patinho, que ela acredita pertencer à sua prole. Afinal, porém, ela fica profundamente dividida em termos emocionais e deixa de se importar com o filhote estranho. Seus irmãos e outros membros da comunidade atacam-no e o atormentam. Sua intenção é a de fazer com que ele fuja. Isso é terrível, especialmente levando-se em conta que ele na realidade não fez nada que justificasse esse tratamento a não ser ... agir um pouco diferente dos outros."
Muitas pessoas exteriorizaram para mim um sentimento não apenas de constrangimento ou vergonha por terem em seu grupo alguém tido como “diferente”, mas também o sentimento de impotência por não terem a expectativa do “alívio do mal” que os aflige, da “cura” e, por outro lado, por não conseguirem abandoná-lo. Tudo isso pode explicar a questão do isolamento social que ocorre também com as famílias desses autistas.
Sacks (1999:283), em seu livro “Um antropólogo em Marte”, afirma que:
“de fato, em alguns autistas esse sentimento de uma diferença radical e inerradicável é tão profundo a ponto de levá-los a ver-se ... quase como membros de outras espécies, e a sentir que o autismo, embora possa ser visto como uma condição médica, e patologizado como uma síndrome, também deve ser encarado como um modo de ser complexo, uma forma de identidade profundamente diferente, de que se deve ter consciência."" (peguei o texto aqui: autistaseoutristas)



Filme que recomendo sobre o tema: Rain Man

sinopse:
Um jovem yuppie (Tom Cruise) fica sabendo que seu pai faleceu. Eles nunca se deram bem e não se viam há vários anos, mas ele vai ao enterro e quando vai cuidar do testamento fica sabendo que herdou um Buick 1949 e as roseiras premiadas do seu pai, sendo que um "beneficiário" tinha herdado três milhões de dólares. Fica curioso em saber quem herdou aquela fortuna e descobre que foi seu irmão (Dustin Hoffman), que ele desconhecia a existência. O irmão dele é autista, mas pode calcular problemas matemáticos complicados com grande velocidade e precisão. O yuppie seqüestra seu irmão autista da instituição onde ele está internado, pois planeja levá-lo para Los Angeles e exigir metade do dinheiro, nem que para isto tenha que ir aos tribunais. É durante uma viagem cheia de pequenos imprevistos que os dois se compreenderão mutuamente e entenderão o significado de serem irmãos.(sinopse e mais dicas sobre o filme aqui)





Gostaria de ir passear neste domingo...talvez no parque...

Domingo no Parque - Gilberto Gil


ou então simplesmente fugir deste lugar e ir para um lugar qualquer...

Vamos fugir - Gilberto Gil

3 comentários:

Marilya .´. Outrista disse...

Querido moço que lê:
Juliana Paraíso humildemente agradece sua nobreza e generosidade.

Ficarei encantada em conhecer esse "lugar qualquer" o qual você menciona...é ao norte?

ou será um vento branco vindo de onde nascem os sóis que nos guiará?

Carlos Kurare disse...

Marilya...
Eu que agradeço, a oportunidade, de compartilhar a suave música da Juliana com meus leitores! E agradeço a tranqüilidade, que a a música dela me proporcionou naquele momento.

ANÔNIMA FASCINADA disse...

Profunda esta postagem sobre autismo.Concordo com o autor quando sugere que os humanos tem a necessidade de rotular o desconhecido,o incomum,o diferente como algo patológico.Parabéns pela escolha,Abriu meus olhos.

Um olhar olhar mais atento...

Quer me conhecer, faça-o com a devida calma. Para saber quem sou de fato Observe de mim cada ato,  pois as minhas atitudes, são ...